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sábado, 30 de junho de 2012

(Dedicado a Capela Nossa senhora do Bom Sucesso, em Lucena/PB)


Sobre o ermo ensolarado, abandonado e triste,
Eis que o tempo deixou as suas marcas, feridas
Dolorosas, aguçadas pelos ventos errantes e as
Mariolas das ondas, a soprar e a gritar contra o
Esquecimento, a ingratidão humana, a fragilizar
Tão doces lembranças.Tempos aquecidos na Fé
Que removeria os calcários, medos e violências,
As desesperanças, tristezas, pedras, montanhas.

Ah!... Mas é muito ingrato o coração humano!...
A capela solitária, em máscara de dor, vê passar 
O tempo, vidas e gerações, os interesses outros 
Nas almas frias e distantes. Olhar ferido sente o
Encanto ao ver o sol que nasce, aquece, fugindo
Para o poente. Vida se renova na chuva que cai,
Mas lhe corrói o corpo sofrido! Falam do Divino
Amor, Esferas distantes invisíveis ao seu olhar.

Passa-se o tempo e tu, pequeno templo, tens teu
Olhar perdido, distante, na saudade por aqueles 
Que já se foram, deixando-te abandonado, triste.
Heroico, resistes na tua missão sublime. E rogas
À Senhora do Bom Sucesso às suplicas do povo
Ouvir, ali distribuir Suas bênçãos aos filhos seus
Que sofrem desvalidos em meio ao mato, ao sol,
Uivos do vento, olhar da lua, os bramidos do mar

Mas, eis que a mão soberana de Deus aqui chega,
Apresenta-se em forma de Vida, Luz, Compaixão.
E o Templo, símbolo da religiosidade já esquecida
Recebe os tenros verdes ramos, que humildes, ali
Nascem e crescem aos seus pés, tentando dar-lhe
Vida em comunhão! Eis a simbiose perfeita, entre
“A árvore e o sagrado.” As muralhas do templo e
Os ramos sombreiros se abraçam fraternalmente!


Autoria: Roseleide S. de Farias

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